A evolução dos ténis de corrida (desde que me conheço como corredor)
A minha história começou no ano 2000, quando corria com ténis de jogar à bola. Nem fazia ideia que não convinha correr com eles porque não tinham o amortecimento necessário – era um corredor sem conhecimento apenas o fazia por gozo.
Em 2001 já comecei a ser atleta federado. Aí deram-me umas dicas e disseram “tu és fundista, fazes 10km e Meia Maratona, precisas de ténis leves de competição”, por isso lá fui eu comprar dois modelos topo de gama da Adidas: uns todos azuis de listas amarelas (uma edição limitada com a biqueira tipo angulada como as chuteiras de futebol) e outros sem atacadores e uma pequena sola com uma malha de tecido de fibra por cima, que pesavam cerca de 100 a 150 gramas. Valor dado na casa dos 70 a 80€, não mais que isso e comprados na antiga loja Barcelona 92 em Odivelas – era a nossa loja especializada em corrida da altura.
Mas estes eram ténis de competição, não podia treinar com eles. Como fazia cerca de 100 km de corrida semanal, tive que comprar outros Adidas mais pesados, com mais sola. Já nessa altura, era importante mais esta despesa. Mas até ao momento, como nunca me tinham explicado que a parte da passada era importante e que tinha de conhecer o meu tipo passada, por isso comprava tudo de passada neutra, o que me criou logo no primeiro ano dores imensas no joelho direito e muitas inflamações sempre externas no joelho.
Talvez fosse do excesso de quilómetros a correr em estrada, mas se os ténis fossem especialmente para supinadores, poderia ter evitado essas lesões.
Já mais informado sobre o que deveria comprar, mantive a minha preferencia: sempre fui fã da Adidas e Asics, mesmo em ténis de bicos para competição. Por isso lá comprei os Adidas Athens 2004, foram os ténis mais caros da minha vida, que me custaram 120€, isto em 2004, na famosa loja Bikila de Espanha.
Voltei a comprar o modelo seguinte – Adidas beijing 2008 – mas por metade do preço mas ai já fui ao mercado de UK.
De há uns anos para cá, fui comprando sempre ténis para supinador, algo que não é fácil de encontrar, porque somos apenas 3% no mundo inteiro, logo, não se fazem assim tantos modelos. Esta restrição obrigou-me a experimentar marcas paralelas como Karrimor (marca de referência inglesa com muita qualidade no material, duraram um ano inteiro e só os deitei fora porque a sola já estava muito gasta). Outra marca que experimentei é chinesa de nome Li-Ning e posso dizer que são os ténis mais pesados com que corri, devem pesar cada um mais que 300 a 400 gramas, ou seja, quase que corre com um 1 kg nos pés. Ainda assim fiz meias maratonas com eles e nem uma bolha ou dor de joelhos. estes ténis tem um ótimo amortecimento e são confortáveis – apesar de pesadíssimos.
Ambas as marcas são low cost, estes dois pares ficaram entre 20 a 35€ cada. São ténis de boa qualidade mas que normalmente só devem aguentar um ano de corrida. Muito diferente de 2001 em que tínhamos ténis leves mais num género de espuma e numa fibra transpirável mas pouco ventilada, mesmo assim.
Agora temos a possibilidade de usar ténis com sola de gel muito mais suaves e a nível de tecido dá-nos até uma sensação que estamos de pantufas, graças ao tecido de fibra tão fina que se vê o pé, o que faz também com que o ténis seja super ventilado e tudo isto com pesos de 150 a 200gr.
Se temos acesso a tudo isso, bem como a muitas lojas que fazem teste de passada, nada melhor do que nos informarmos e experimentar até chegarmos ao modelo mais indicado ao nosso caso. Assim evitam-se lesões ou desconforto, como eu andei durante uns anos.